domingo, 18 de março de 2012

Pequenos afetos



Pessoas, como são difíceis de entendê-las. Conservadoras, abstratas, hilariantes, espontâneas, fechadas... Tenho medo das pessoas. Não se sabe a que ponto são loucas ou podem se tornar. Costumo me sentir vítima delas, às vezes por não acredito sequer numa palavra proferida, não que eu seja um ser desprezível, o problema é onde se pode encontrar verdade.


Se isso é bom, não posso deduzir. Digamos  que ao mesmo tempo que me permito, eu também me vigio por assim me sentir protegida. Mas desconfiar do mundo me torna evasiva, estranha, sem afeto.


Queria eu ter um coração que em vez de selecionar com quem se afetiva, destina-se apenas amor ao seu sistema límbico.

Passagem



Ele tinha um aroma de campo, um sabor de verão. Percebia-o de longe, acredito que era algo planejado: eu o via, sentia-o e o amava como meu. Acho que estava apaixonada e só queria que ele estivesse sempre perto de mim.


O sol se pôs, dos raios somente o luar tomou conta dos meus pensamentos. Do claro o escuro, não o queria mais, afastava-o como um estorvo. Meu amor virou fúria, meus sentidos repulsas. Eu, menina simples, já era uma mulher, escolhi novos padrões, novos amores. A vida havia se transformado em angústia e, eu deveria redefini-la.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Menina, acorda! A hora da Estrela ai de chegar!



Macabéa era fria, calada, pensativa. Costumava vestir-se de roupas discretas. Não se maquiava, não gostava de saltos, seus valores não permitiam. Macabéa era estranha. Quando se irritava, 'engolia' a raiva e, seu olhar era de fogo. Ela nunca havia namorado, não tinha pretensões e seu coração era vazio. Não sei como a vida ainda não lhe tinha desacompanhado.

Pequena, ranzinza, indiferente. Macabéa se escondia no curvar das costas, no abaixar da face e não conseguia encarar olhares. Mas por dentro, havia uma coragem que lhe aguçava o peito, tirava-lhe o fôlego e recendia no brilho dos olhos: era a espera pela Hora da Estrela.

Os dias eram todos iguais, amanhã não chove, depois de amanhã menos ainda. A única diferença era a volúpia de sentimentos que tentava disfarçar. Aquela moça escondida em si e sozinha, saiu de sua casa como o de sempre. Vestiu a roupa mais simples e que não valorizasse seu corpo. Não satisfeita, retornou a sua casa, trocou de vestimenta, fitou-se no seu melhor vestido, penteou os cabelos, pôs gloss nos lábios, achou simples, pôs um batom vermelho, calçou sapatos de salto médio, ergueu a cabeça e saiu.

Era manhã de uma segunda-feira, a agitação dos carros tomavam conta das Avenidas. Macabéa atravessou uma delas, não olhou para os lados. De repente, um baque, um aglomerado de pessoas, uma sensação de desapego, saudade e alegria: havia chegado a Hora da Estrela. Macabéa, ranzinza, esquisita e esquecida pela sociedade, em questão de segundos passou a existir.

Ás vezes, as pessoas só são notadas depois que partem. E o sopro de vida que deveria ser roubado, não desfalece, ressuscita.


Baseado na Obra A Hora da Estrela de Clarice Lispector.

Srta.S.R

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

E como as rosas... os perfumes embriagam e apaixonam

Só de estar perto de você me sinto bem...
Era  um dia qualquer da semana, daqueles que não surgem como algo inesperado. Sombra, aconchego e o inevitável. A vida é mesmo uma caixinha de surpresas e, os sentimentos  são embaralhados de progressão. E o amor? Ah o amor! Parece que surge na primavera.

Talvez toda expectativa estivera voltada a uma reação adversa. Uma repulsa, um desapego. E o que mais quisera ouvir naquele momento era uma afirmação seguida de um abraço de 10 min.

Nunca tive tempo para o amor, dediquei-me aos lírios que só perfumam à noite e passam o dia desacordados. Eu sempre quis um amor de primavera, daqueles bonitos, com aroma do campo e cheiro de vida nova, mas nunca os tive. Apenas nessa vida errante colhi frutos estragados, do tipo que a terra faz questão de degradar. Amei no verão, com o calor do corpo. Plantei e colhi sorrisos no outono. E no inverno, somente o frio foi minha companhia, companhia desajustada eu diria.

Gostaria mesmo de um amor de primavera, não repentino no verão ou choroso no inverno e que no fim morresse no outono. Só mesmo na primavera eu seria feliz.

Seria importante para as abelhas, beija-flores e em datas comemorativas. Todos me amariam e não sei se isso seria de bom agrado. Quem muito agrada pouco demonstra confiança. Mesmo assim, vestiria-me de rosas, teria a delicadeza de uma pétala e o romantismo dos apaixonados. Um dia eu morreria, perderia o perfume e talvez murchasse em um vaso antigo e empoeirado de uma casa. Mas pelos melhores dos motivos, ainda assim eu seria feliz. Parece que o amor só surge na primavera.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Se eu acredito: uma luz no fim do túnel ainda vejo


        Pequenos feitos são gerados com grandes esforços. E deles se perde e se ganha. Não é possível se ter tudo na vida, com olhos de fúria ou de inveja o que se consegue são apenas situações indesejáveis, desilusões e uma grande perda de tempo. Mas quando se deposita perseverança, amor e dedicação, as recompensas são sempre gratificantes.


         Não se engane em pensar que no decorrer de sua caminhada encontrarás só pessoas confiáveis, pessoas prestativas e amigas. O mundo é coberto de desenganos e, quando menos esperamos, somos tomados por eles. Precisamos nos readaptar às decepções, aquelas que por vezes nos deixam fragilizados. Se a toda surpresa, não soubermos como lidar, um hora ou outra seremos forçados a isso. A coragem é o alicerce de tudo que fazes.