terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Menina, acorda! A hora da Estrela ai de chegar!



Macabéa era fria, calada, pensativa. Costumava vestir-se de roupas discretas. Não se maquiava, não gostava de saltos, seus valores não permitiam. Macabéa era estranha. Quando se irritava, 'engolia' a raiva e, seu olhar era de fogo. Ela nunca havia namorado, não tinha pretensões e seu coração era vazio. Não sei como a vida ainda não lhe tinha desacompanhado.

Pequena, ranzinza, indiferente. Macabéa se escondia no curvar das costas, no abaixar da face e não conseguia encarar olhares. Mas por dentro, havia uma coragem que lhe aguçava o peito, tirava-lhe o fôlego e recendia no brilho dos olhos: era a espera pela Hora da Estrela.

Os dias eram todos iguais, amanhã não chove, depois de amanhã menos ainda. A única diferença era a volúpia de sentimentos que tentava disfarçar. Aquela moça escondida em si e sozinha, saiu de sua casa como o de sempre. Vestiu a roupa mais simples e que não valorizasse seu corpo. Não satisfeita, retornou a sua casa, trocou de vestimenta, fitou-se no seu melhor vestido, penteou os cabelos, pôs gloss nos lábios, achou simples, pôs um batom vermelho, calçou sapatos de salto médio, ergueu a cabeça e saiu.

Era manhã de uma segunda-feira, a agitação dos carros tomavam conta das Avenidas. Macabéa atravessou uma delas, não olhou para os lados. De repente, um baque, um aglomerado de pessoas, uma sensação de desapego, saudade e alegria: havia chegado a Hora da Estrela. Macabéa, ranzinza, esquisita e esquecida pela sociedade, em questão de segundos passou a existir.

Ás vezes, as pessoas só são notadas depois que partem. E o sopro de vida que deveria ser roubado, não desfalece, ressuscita.


Baseado na Obra A Hora da Estrela de Clarice Lispector.

Srta.S.R

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

E como as rosas... os perfumes embriagam e apaixonam

Só de estar perto de você me sinto bem...
Era  um dia qualquer da semana, daqueles que não surgem como algo inesperado. Sombra, aconchego e o inevitável. A vida é mesmo uma caixinha de surpresas e, os sentimentos  são embaralhados de progressão. E o amor? Ah o amor! Parece que surge na primavera.

Talvez toda expectativa estivera voltada a uma reação adversa. Uma repulsa, um desapego. E o que mais quisera ouvir naquele momento era uma afirmação seguida de um abraço de 10 min.

Nunca tive tempo para o amor, dediquei-me aos lírios que só perfumam à noite e passam o dia desacordados. Eu sempre quis um amor de primavera, daqueles bonitos, com aroma do campo e cheiro de vida nova, mas nunca os tive. Apenas nessa vida errante colhi frutos estragados, do tipo que a terra faz questão de degradar. Amei no verão, com o calor do corpo. Plantei e colhi sorrisos no outono. E no inverno, somente o frio foi minha companhia, companhia desajustada eu diria.

Gostaria mesmo de um amor de primavera, não repentino no verão ou choroso no inverno e que no fim morresse no outono. Só mesmo na primavera eu seria feliz.

Seria importante para as abelhas, beija-flores e em datas comemorativas. Todos me amariam e não sei se isso seria de bom agrado. Quem muito agrada pouco demonstra confiança. Mesmo assim, vestiria-me de rosas, teria a delicadeza de uma pétala e o romantismo dos apaixonados. Um dia eu morreria, perderia o perfume e talvez murchasse em um vaso antigo e empoeirado de uma casa. Mas pelos melhores dos motivos, ainda assim eu seria feliz. Parece que o amor só surge na primavera.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Se eu acredito: uma luz no fim do túnel ainda vejo


        Pequenos feitos são gerados com grandes esforços. E deles se perde e se ganha. Não é possível se ter tudo na vida, com olhos de fúria ou de inveja o que se consegue são apenas situações indesejáveis, desilusões e uma grande perda de tempo. Mas quando se deposita perseverança, amor e dedicação, as recompensas são sempre gratificantes.


         Não se engane em pensar que no decorrer de sua caminhada encontrarás só pessoas confiáveis, pessoas prestativas e amigas. O mundo é coberto de desenganos e, quando menos esperamos, somos tomados por eles. Precisamos nos readaptar às decepções, aquelas que por vezes nos deixam fragilizados. Se a toda surpresa, não soubermos como lidar, um hora ou outra seremos forçados a isso. A coragem é o alicerce de tudo que fazes.